A mitigação é uma ação de resposta às mudanças climáticas que consiste em reduzir os gases de efeito de estufa na atmosfera. Este objetivo é atingido através de instrumentos que regulam as emissões de gases de efeito de estufa nos sectores mais críticos da economia e de planos que definem medidas e metas nacionais para essa redução.
A mitigação é uma ação de resposta às mudanças climáticas que consiste em reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e aumentar os seus sumidouros - os sistemas naturais, como as florestas, que absorvem mais carbono do que aquele que emitem. Assim, as intervenções ao nível da mitigação contribuem para minimizar o efeito de estufa provocado por estes gases e reduzir o aquecimento global do Planeta.
No entanto, para que a mitigação seja possível é necessário, acompanhar e incentivar a aplicação das políticas e medidas nacionais de mitigação em matéria de mudanças climáticas que contribuam para uma economia de baixo carbono e promover o seu acompanhamento, monitorização, avaliação e atualização.
Fonte: APA
As mudanças climáticas são um problema global que exige respostas concertadas a nível global e ações adequadas a nível local. Para limitar os impactes das mudanças climáticas é preciso reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) e adaptar o país às mudanças previsíveis, de forma a reduzir os efeitos negativos das mudanças climáticas nos ecossistemas e na qualidade de vida da população.
O clima é a média das variáveis meteorológicas de uma determinada região, como a temperatura e a precipitação, ao longo de um período alargado de tempo, que pode chegar aos milhões de anos. As alterações climáticas são as diferenças estatísticas dessas variáveis, medidas em diferentes períodos de tempo, normalmente de 30 anos, para a mesma região.
O aumento da temperatura média da Terra é um exemplo de alteração climática. A temperatura na Terra é regulada pelo efeito de estufa: parte da radiação que a Terra recebe do Sol é refletida de volta para a atmosfera e aí é absorvida pelos gases de efeito de estufa, aquecendo a Terra. Este processo acontece naturalmente e é necessário para manter a vida no planeta.
No entanto, a libertação de gases de efeito de estufa (GEE) - como o dióxido de carbono - pelas atividades humanas está a perturbar o equilíbrio natural e a provocar um aumento descontrolado da temperatura. Estima-se que o planeta aqueceu cerca de 1°C acima dos níveis pré-industriais. Este aquecimento deve-se sobretudo ao aumento de atividades como a queima de combustíveis fósseis, a desflorestação e a pecuária, que geram gases que agravam o efeito de estufa.
Há consenso científico de que o aumento de 2°C acima dos níveis pré-industriais irá intensificar mudanças nos padrões meteorológicos, como os padrões de precipitação, e a frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos como secas, ondas de calor, inundações, cheias e furacões.
Devido às suas características geográficas, São Tomé e Príncipe encontra-se entre os países do mundo com maior vulnerabilidade a estas alterações.
Para limitar o aumento e prevenir os impactes das mudanças climáticas existem atualmente duas linhas de atuação: reduzir os GEE na atmosfera, reduzindo emissões e aumentando o sequestro de carbono (mitigação) e adaptar o país às mudanças previsíveis para minimizar os efeitos negativos das alterações climáticas nos ecossistemas e na qualidade de vida da população (adaptação).
Fonte: APA
FINANCIAMENTO EM BAIXA
Para que todas as ações necessárias ao combate às mudanças climáticas se colquem em marcha é preciso colmatar os investimentos em falta. O novo relatório do IPCC indica que o investimento financeiro está três a seis vezes abaixo do necessário para limitar o aquecimento abaixo de 2°C e que é necessário um maior alinhamento do sector financeiro e de políticas públicas para se atingir o objetivo.
O relatório dedicado à “Mitigação das Alterações Climáticas” é o contributo dos “grupo de trabalho III” para a Sexta Avaliação (Sixth Assessment Report) do IPCC, que será publicado em 2022. O documento contou com 278 autores de 65 países e a contribuição de mais de 59 mil peritos.
Entre 2021 e 2022, os grupos de trabalho I e II do IPCC apresentaram, respetivamente, um relatório sobre as bases científicas das alterações climáticas, que deu conta da “inequívoca” mão humana por detrás desta crise; e outro sobre os impactos, vulnerabilidades e a adaptação. A quinta avaliação (Fifth Assessment Report) foi fechada em 2014 e contribuiu para as decisões tomadas no Acordo de Paris, aprovado em 2015. A Sexta será fechada antes da próxima cimeira do clima (COP27), marcada para novembro, no Egito.
Fonte: Expresso
FERRAMENTAS E CONHECIMENTO NÃO FALTAM
“Estamos numa encruzilhada. As decisões que tomarmos agora podem garantir um futuro habitável”, alertou o presidente do IPCC, Hoesung Lee, em nota à comunicação social. O professor de Economia das Alterações Climáticas, Energia e Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Seul (Coreia do Sul), que está à frente do IPCC desde 2015 reforça que “temos as ferramentas e o know-how necessários para limitar o aquecimento global”. Agora falta acelerar a ação.
A encorajar esta ideia estão os bons exemplos seguidos por vários países. Pelo menos 18 têm mantido reduções sustentadas de emissões de gases de efeito de estufa, como o CO2 e o metano, entre outros, nos últimos 10 anos.
A existência de novas leis e regulamentos que apostam na eficiência energética, na aceleração das energias renováveis e na redução da desflorestação, são apresentadas como positivas. Alargar esta via e estimular a inovação são formas efetivas de reduzir emissões, indica o IPCC.
De acordo com o último relatório, as emissões de gases de efeito de estufa com origem na atividade humana têm crescido em todos os sectores – dos transportes à indústria, passando pela agricultura e pelos edifícios. E apesar de uma ligeira redução das emissões nos sectores dos combustíveis fósseis e nos processos industriais, não compensam os aumentos verificados nos sectores da indústria, energia, transportes, edifícios e agricultura.
“Com as decisões políticas certas, com as tecnologias e infraestruturas necessárias a funcionar e com mudanças no nosso comportamento e estilo de vida podemos reduzir as emissões em 40% a 70% até 2050 e ainda melhorar a nossa saúde”, argumenta Priyadarshi Shukla, especialista indiano em energia e modelação ambiental e co-presidente do Grupo III do IPCC.
Fonte: Expresso
As emissões de CO2 subiram continuamente na última década e só cortando-as para metade até 2030 se consegue travar a subida da temperatura em 1,5ºC, aponta o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), aprovado hoje. O tempo para fazer os cortes necessários está em contagem decrescente, mas os cientistas dizem que “ainda é possível” atingir a meta
A concentração de emissões de gases de efeito de estufa nunca esteve tão alta como na década 2010-2019, mas a taxa de crescimento das emissões tem vindo a abrandar, comparada com a da década anterior, indica o relatório de 2022 sobre "Mitigação das Alterações Climáticas", aprovado pelo painel científico da ONU (conhecido pela sigla IPCC).
Só com cortes profundos das emissões de GEE (gases de efeito de estufa) em todos os sectores é possível atingir a meta definida no Acordo de Paris e impedir um aquecimento médio global acima de 1,5ºC (face às temperaturas médias da segunda metade do século XIX) até final do século, frisam os cientistas no sumário feito para os decisores políticos pelo grupo de trabalho III do IPCC.
Na informação divulgada esta segunda-feira, os cientistas sublinham que "ainda é possível atingir esta meta", mas que, para tal, é necessário que o pico de emissões seja atingido até 2025, assistindo-se a um corte global de 43% das emissões nos cinco anos seguintes.
Fonte: IPCC
O secretário-geral das Nações Unidas criticou duramente governos e empresas que “dizem uma coisa e prometem outra” nos compromissos para combater as alterações climáticas, considerando que as suas opções energéticas conduzirão o mundo à catástrofe.
Intervindo através de uma mensagem vídeo gravada na apresentação dum relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, António Guterres afirmou que as suas conclusões são “uma litania de promessas climáticas quebradas, um arquivo vergonhoso que cataloga os compromissos vazios” que colocam o mundo no caminho de se tornar irrespirável.
“Alguns governos e líderes empresariais dizem uma coisa e fazem outra. Estão a mentir e a deitar gasolina no fogo”, acusou António Guterres, considerando que as conclusões do painel são “um veredito condenatório” das suas ações.
Salientando que não se trata de “ficção ou exagero”, elencou “cidades submersas, ondas de calor sem precedentes, tempestades terríveis, falta de água generalizada e extinção de um milhão de espécies de plantas e animais” como consequências “das políticas energéticas atuais”.
Enquanto as conclusões dos cientistas do clima são um aviso de que se está “perigosamente perto de pontos sem retorno que poderão levar a impactos em cascata irreversíveis”, os líderes que continuam a investir em combustíveis fósseis “estão a asfixiar o planeta baseados nos seus interesses e numa história de investimento em combustíveis fósseis quando há soluções renováveis e baratas que garantem empregos, segurança e estabilidade energética”, argumentou Guterres.
“Os ativistas pelo clima são retratados como perigosos radicais, mas os radicais são os países que aumentam a produção de combustíveis fósseis. Investir nessas infraestruturas é uma loucura moral e económica“, considerou o secretário-geral das Nações Unidas, defendendo que é preciso “triplicar a velocidade da mudança para energia renovável”.
António Guterres invocou a “esperança ingénua” com que saiu da última conferência do clima das Nações Unidas, em novembro passado, quando se continua no ponto em que os compromissos atuais de neutralidade carbónica e fim do uso de combustíveis fósseis asseguram “um aumento de 14 por cento em emissões”, longe da redução de 45% que permite acalentar o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 graus acima da temperatura média global pré-industrial até ao fim do século.
“E os principais [países] emissores nem sequer estão a dar passos para cumprir estas promessas”, salientou.
António Guterres afirmou que se vive uma altura de “turbulência global, desigualdade a níveis sem precedentes, uma recuperação da pandemia da covid-19 escandalosamente desigual, inflação a subir e uma guerra na Ucrânia que faz disparar os preços dos alimentos e dos preços da energia”.
“Aumentar a produção de combustíveis fósseis só tornará tudo pior”, sustentou, salientando que as escolhas que se fizerem agora ditarão a capacidade de cumprir a meta de 1,5 graus.
“As promessas e planos para o clima têm de ser tornados em realidade e ação agora. É tempo de parar de queimar o planeta e investir na abundante energia renovável que nos rodeia”, defendeu.
FONTE: Lusa
António Guterres disse ser “loucura” a corrida por substituir combustíveis da Rússia por outras fontes fósseis; países do G20 devem liderar ações e impulsionar financiamento climático; compromissos atuais fariam aumentar em 14% as emissões globais.
O chefe da ONU destacou a importância de manter vivo o objetivo de conter o aquecimento global em até 1.5º C, lembrando que é necessário reduzir as emissões globais em 45% até 2030.
Em referência à COP26, Guterres afirmou que o problema não foi resolvido em Glasgow.
Na contramão das discussões durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática e contrariando as estimativas do último relatório do IPCC, ele reafirmou que, com os compromissos nacionais atuais, as emissões globais devem aumentar quase 14% na década de 2020.
Assim, o líder das Nações Unidas afirmou que o mundo caminha para uma “catástrofe climática”.
Ele também citou o impacto da guerra na Ucrânia, com o risco de derrubar os mercados globais de alimentos e de energia e ter grandes implicações para a agenda climática global.
Guterres alertou que enquanto as principais economias procuram uma estratégia para substituir os combustíveis fósseis da Rússia, após as sanções impostas por diversas nações, elas podem criar uma dependência ainda maior dessa fonte de energia e prejudicar as ações para conter o aquecimento global.
O chefe da ONU chamou de “loucura” a tentativa dos países de fechar a lacuna no fornecimento de combustíveis ao mesmo tempo que negligenciam as políticas para reduzir o uso deles.
Para António Guterres, os membros do G20, responsáveis por 80% das emissões globais, devem liderar as ações para conter o avanço da temperatura.
Ele afirmou que embora alguns países já tenham anunciado políticas para beneficiar o meio ambiente, outras apontam as nações emergentes como as grandes culpadas do aumento de emissões.
Para o líder da ONU, essa não é hora de buscar culpados e sim de procurar alianças para conseguir financiamento para expandir o uso de fontes limpas e renováveis de energia.
Ele também chamou a atenção para áreas do setor privado que ainda financiam o carvão. Para Guterres, esse é um investimento “estúpido”, que deixa biliões em ativos ociosos.
O secretário-geral reforçou que “é hora de acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis e parar a expansão da exploração de petróleo e gás”.
Mitigação e adaptação
Para António Guterres, o aumento da vulnerabilidade de diversas populações com o aumento de catástrofes climáticas destaca a necessidade de ações concretas para mitigação, mas também para adaptação.
Assim, ele destacou o aumento de investimento em planos que ajudem populações, especialmente de nações insulares e de baixa renda, a lidarem com os eventos climáticos.
Guterres lembrou o compromisso financeiro de US$ 100 biliões para que os países em desenvolvimento possam implementar políticas climáticas.
O secretário-geral pediu, ainda, o compromisso com a eliminação do carvão e de todos os combustíveis fósseis, bem como a transição energética rápida, justa e sustentável.
Ele também fez um apelo para o fortalecimento dos planos climáticos nacionais e coalizões climáticas, além de focar na descarbonização de grandes setores como transporte marítimo, aviação, siderurgia e cimento.
FONTE: https://news.un.org/
Muitos dos impactos do aquecimento global são agora simplesmente "irreversíveis", segundo a mais recente avaliação produzida pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Em seu mais recente relatório, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) diz que tanto seres humanos como a natureza em geral estão sendo pressionados além de sua capacidade de adaptação.
Segundo o preocupante estudo, mais de 40% da população mundial é "altamente vulnerável" ao estado do clima.
Existe, no entanto, esperança de que, se o aumento em temperaturas for mantido abaixo de 1,5 grau Celsius acima dos níveis da era pré-industrial, as perdas projetadas atualmente podem ser reduzidas.
Divulgado apenas quatro meses depois da COP26, reunião em Glasgow (Escócia, Reino Unido) em que líderes do mundo todo comprometeram-se com ações rápidas contra as mudanças climáticas, esse novo estudo mostra o tamanho do desafio.
"Nosso relatório claramente indica que lugares onde pessoas vivem e trabalham podem deixar de existir, que ecossistemas e espécies com que nós crescemos e que são centrais para nossas culturas e compõem nossas línguas podem desaparecer", afirmou a professora Debra Roberts, co-presidente do IPCC.
"Este é realmente um momento-chave. Nosso relatório aponta, muito claramente, que esta é a década da ação, se nós quisermos mudar esse quadro."
O novo relatório do IPCC é a segunda de três revisões feitas pelo organismo, que reúne os mais importantes pesquisadores que estudam as mudanças no clima.
Em agosto de 2021, a primeira delas destacou o tamanho do efeito que os seres humanos vêm tendo no sistema climático da Terra.
Essa segunda revisão examina as causas, os impactos e as soluções para conter as mudanças climáticas. O documento fornece a mais clara indicação até hoje de como um mundo mais quente está afetando todos os seres vivos do planeta.
Trata-se de uma crua descrição das duras consequências que o mundo já está experimentando, como o crescente número de pessoas morrendo devido ao calor excessivo.
A terceira revisão será lançada no próximo dia 4 de abril.
FONTE: https://www.bbc.com/
Realizou-se, a 17 de março, a reunião do Comité de Pilotagem de três importantes projetos financiados pelo Pnud São Tomé, implementados respetivamente pela Direção Geral dos Recursos Naturais e Energia e a Direção Geral do Ambiente, ambas do Ministério das Infraestruturas e Recursos Naturais.
Tratam-se dos projetos “Promoção de energia hidroelétrica de forma sustentável e resiliente ao clima através de uma abordagem que integra a gestão de terras e floresta em São Tomé e Príncipe”, “Cumprindo a Promessa Climática” e “Melhoria da conservação da biodiversidade e da gestão sustentável da terra e dos recursos naturais”.
No âmbito das responsabilidades de supervisão e controle que o PNUD exerce sobre os projetos de Implementação nacional, a figura do Comité de Pilotagem é fundamental na estrutura de governação. O Comité de Pilotagem é responsável por tomar as medidas corretivas necessárias para assegurar que cada Projecto atinja os resultados desejados.
Neste evento de alto nível foi feito o balanço da implementação técnica e financeira dos projetos, analisou-se de forma conjunta os desafios existentes que permitem a implementação fluida e eficiente dos mesmos.
Fonte: PNUD São Tomé e Príncipe
Um novo relatório lançado, no final de fevereiro, pelo Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança Climática, IPCC, mostra que “o colapso do ecossistema, a extinção de espécies, ondas de calor fatais e enchentes estão entre os perigos inevitáveis” que o mundo enfrentará nos próximos 20 anos devido ao aquecimento global.
Os Cientistas do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança Climática afirmam que o aquecimento global está a causar danos irreversíveis à natureza. O secretário-geral António Guterres declara que o estudo é um “atlas do sofrimento humano” e prevê catástrofe com aumento das emissões de poluentes.
O presidente do IPCC, Hoesung Lee, declarou que o relatório faz um alerta sobre “as consequências da falta de ação”, mostrando como a mudança climática já está a afetar biliões de vidas pelo mundo. Este é o segundo de uma série de três documentos do tipo produzidos pelos cientistas da ONU especializados em clima.
Derrota para a mudança climática
O relatório é lançado cerca de 100 dias depois da COP26, quando os líderes mundiais reuniram-se em Glasgow, na Escócia, e concordaram em aumentar as ações para limitar o aquecimento global a 1.5° Celsius e assim, evitar os piores impactos da mudança climática.
O secretário-geral da ONU declarou que o novo relatório do IPCC traz evidências “nunca vistas”, revelando como as pessoas e o planeta estão a ser derrotados pela mudança climática”.
Segundo António Guterres quase metade da humanidade está a viver na zona de perigo e “muitos ecossistemas já estão agora num ponto sem retorno”.
Apelo ao fim dos combustíveis fósseis
O chefe da ONU explicou que a poluição por dióxido de carbono está a lançar as pessoas mais vulneráveis do mundo para a destruição. Ele lembrou que é essencial limitar as emissões de gases em 45% até 2030 e atingir emissões zero até 2050. Explicou, ainda, que com os acordos atuais, as emissões globais poderão subir quase 14% na próxima década, o que será uma “catástrofe, destruindo qualquer hipótese de manter viva a meta de 1.5° C”.
O relatório mostra como “carvão e outros combustíveis fósseis estão engolindo a humanidade”. Ele pediu aos países do G-20 para deixarem de financiar o carvão e dirigiu um apelo direto às empresas gigantes de gás e de petróleo: “Vocês não podem afirmar serem ‘verdes’ quando os planos e projetos minam o acordo para emissões net zero até 2050 e enquanto ignoram que grandes cortes de emissões precisam ocorrer nesta década”.
Mais investimentos em adaptação
António Guterres lembrou que este é o momento de acelerar a “transição para energias renováveis”, afirmando que os combustíveis fósseis “são o fim da linha para o planeta, a humanidade e para as economias”.
O relatório traz ainda novidades sobre investimentos no setor da adaptação climática. Guterres quer que 50% de todo o financiamento para o clima seja usado na adaptação, mencionando obstáculos para que países insulares e nações menos desenvolvidas consigam o dinheiro necessário para salvar vidas e meios de subsistência.
O chefe da ONU acredita que atrasos “significam mortes” e mencionou que as pessoas em todo o mundo, incluindo ele próprio, estão “ansiosas e irritadas” e por isso o momento é de ação.
O estudo do IPCC mostra que o aumento das ondas de calor, das secas e das enchentes “já está a ultrapssar a capacidade de tolerância das plantas e dos animais”, causando mortalidade em massa em várias espécies de árvores e de corais.
Pessoas na África, na Ásia e na América do Sul já foram expostas à falta de água e à insegurança alimentar. Para evitar mais perdas de vida e de biodiversidade, é essencial acelerar ações de adaptação à mudança climática e cortar, rapidamente, as emissões de gases de efeito estufa.
Ecossistemas resilientes
Segundo os cientistas, ecossistemas saudáveis são mais resilientes à mudança climática e conseguem fornecer água potável e alimentos. Por isso, restaurar a degradação e conservar de 30% a 50% das terras do planeta, habitats oceanicos e água doce ajudam a capacidade da natureza em absorver e armazenar carbono.
O relatório mostra que governos, setor privado e sociedade civil precisam cooperar para combater todos esses desafios, incluindo uso insustentável de recursos naturais, desigualdades sociais e aumento da urbanização, já que a mudança climática interage com essas tendências globais.
Ao mesmo tempo, o IPCC nota que as cidades fornecem oportunidades para a ação climática, com “edifícios verdes, fontes seguras de água potável, energias renováveis e transportes sustentáveis”, o que poderá criar sociedades mais justas e inclusivas.
O vice-presidente do Grupo de Trabalho II do Ipcc, que produziu o relatório, Hans-Otto Portner, afirmou que “a evidência científica é inequívoca: a mudança climática ameaça o bem-estar humano e a saúde do planeta”. Segundo ele, “qualquer atraso para garantir ação global resultará na perda de uma janela que já se está a fechar rapidamente para garantir um futuro habitável”.
Fontes: www.un.org ; www.ipcc.ch