Crise climática: temos de acelerar os cortes nas emissões

As emissões de CO2 subiram continuamente na última década e só cortando-as para metade até 2030 se consegue travar a subida da temperatura em 1,5ºC, aponta o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), aprovado hoje. O tempo para fazer os cortes necessários está em contagem decrescente, mas os cientistas dizem que “ainda é possível” atingir a meta

A concentração de emissões de gases de efeito de estufa nunca esteve tão alta como na década 2010-2019, mas a taxa de crescimento das emissões tem vindo a abrandar, comparada com a da década anterior, indica o relatório de 2022 sobre "Mitigação das Alterações Climáticas", aprovado pelo painel científico da ONU (conhecido pela sigla IPCC).

Só com cortes profundos das emissões de GEE (gases de efeito de estufa) em todos os sectores é possível atingir a meta definida no Acordo de Paris e impedir um aquecimento médio global acima de 1,5ºC (face às temperaturas médias da segunda metade do século XIX) até final do século, frisam os cientistas no sumário feito para os decisores políticos pelo grupo de trabalho III do IPCC.

Na informação divulgada esta segunda-feira, os cientistas sublinham que "ainda é possível atingir esta meta", mas que, para tal, é necessário que o pico de emissões seja atingido até 2025, assistindo-se a um corte global de 43% das emissões nos cinco anos seguintes.

 

Fonte: IPCC

segunda-feira, 04 abril 2022 22:38